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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A 2ª Economia do Mundo e o esforço para não rir...

Em Fevereiro de 2011 anunciava-se com pompa e circunstância a chegada da China a segunda economia mundial. Numa altura de crise mundial do Ocidente, a China foi elevada a oitava maravilha do mundo (já não lhes bastava a Muralha) e a principal referência mundial no que toca a crescer. Era prodigioso, apregoavam analistas e lideres, sem sequer questionarem a razão para tal crescimento. 
Corriam várias notícias que os chineses estavam a comprar divida soberana a vários países (entre os quais os Estado Unidos da América) e que teriam nas mãos um tal poder de pressão sobre esses mesmos países, que em breve dominariam o mundo. Eu próprio fui levado a acreditar nessa teoria. Até que decidi informar-me acerca desse crescimento.

Quase um ano depois, os resultados da expansão e crescimento chineses, estão à vista. Existem autênticas cidades fantasma, construídas apenas e só para aumentar o PIB chinês. Para manter a máquina a funcionar. 
Na realidade, o que se está a passar é muito grave. Mais grave até que o que se passou na Europa ou nos Estados Unidos da América do outro lado do Atlântico. No caso chinês, o mercado imobiliário está a crescer fruto de uma bolha "inventada" pelo governo. As casas são construídas e "vendidas" sem sequer se perceber quem as pode comprar, ou mesmo se vale a pena estourar recursos nessas habitações. As cidades são construídas "por construir" e não como necessidade das populações. Daqui a 5 ou 10 anos, quando se decretar oficialmente que o modelo está esgotado e já não consegue manter a máquina a funcionar, muitos destes complexos serão demolidos. Nessa altura, virão os mesmo analistas, que hoje tecem loas a esta forma de actuar, dizer que foi um erro. Nessa altura, alguns milhões de pessoas estarão na mais completa miséria. E então passaremos a ter uma expansão em África. Ela já começou...

No documentário que se apresenta em baixo, é visível que não há quaisquer intenções de parar para pensar. Mantenha-se a máquina a crescer, gritam de Pequim: Não pode parar! Enquanto isso assiste-se ao empobrecimento geral da população. O Fosso está a alargar de dia para dia.


Aqui ficam alguns números:
  1. Cerca de 64 milhões de casas construídas que estão desocupadas.
  2. 10 novas cidades por ano.
  3. cerca de 25% de ocupação das novas cidades.
  4. O Maior Centro Comercial do Mundo (South China) vazio.
Quando rebentar (porque não tenham dúvidas que vai rebentar) esta bolha, as crises que já sofremos vão parecer insignificantes tal a dimensão da China.

PS: Ri-me com o depoimento do funcionário de desenvolvimento urbano...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Quem quer ser milionário? Versão Banqueiro

"Portugal financia-se hoje com liquidez da banca"

Esta noticia foi avançada no dia de ontem pelo Diário Económico na sua edição online e demonstra bem que nada mudou com a "crise". A não ser as dificuldades dos povos, que aumentaram substancialmente.
É deveras elucidativo que o Estado (que andou a ajudar os bancos, transferindo para os mesmos, mais de metade dos fundos que recebeu e vai receber no âmbito da ajuda externa) leiloe já, divida de curto prazo, na maior parte aos bancos nacionais. Bancos esses que, após receberem as chorudas ajudas financeiras (com a desculpa de que era para continuar a financiar empresas e pessoas...), quase imediatamente, cortaram drasticamente nos empréstimos que concedem. Aliás, nunca deveriam ter aberto as portas do crédito fácil (nomeadamente durante os anos 90 e inicio deste século).
Ora bem, segundo o referido artigo, os bancos pediram, à cerca de três semanas, empréstimos ao Banco Central Europeu (BCE) com um juro fixo a três anos de 1%. E vão agora usar esse dinheiro para comprar divida soberana portuguesa com vencimentos que variam entre os tres e os seis meses (com juros a 4,29% e 5,33% respectivamente segundo cotacao do dia de anteontem).


Portugal vende 2.500 milhões de dívida sem problemas

Já a meio do dia de ontem, saiu no mesmo órgão, a noticia de que o leilão tinha sido um sucesso. Pudera!
No total, Portugal colocou no mercado, mais 2.500M€ de títulos do tesouro, com vencimento entre os três e os onze meses. As taxas praticadas foram:

  • 4,346% para 496M€ a três meses. Com procura de 4,1x a oferta.
  • 4,749% para 754M€ a seis meses. Com procura de 3x a oferta.
  • 4,986% para 1.250M€ a onze meses. Com procura de 2,1x a oferta.

É claro que os bancos vão fazer "uma pipa de massa" sem esforço nenhum, estando o Estado a impor mais esforços aos portugueses, para pagar esta e outras "operações".
Para se ter uma melhor percepção dos números (grosso modo):

  • A três meses os bancos vão fazer cerca de 21,5M€.
  • A seis meses os bancos vão fazer cerca de 35,8M€.
  • A onze meses os bancos vão fazer cerca de 62,3M€.
  • A três anos os bancos vão pagar ao BCE ceca de 25M€.

Mais uma vez, bancos (ou será banqueiros?) que não há muito tempo "pediam ajuda" para manter o sistema em funcionamento, vão lucrar vários milhões de € à custa dos contribuintes. E assim andaremos até ao próximo 'bailout' que não deve tardar. Nessa altura, os lucros astronómicos, que ano após ano foram apresentando (e que vão continuar a apresentar), serão "esquecidos" e as lamúrias irão encher as páginas dos jornais e abrirão os noticiários televisivos. E o povo continuará sereno...


Bancos de Wall Street com o melhor ano desde 2006

Do estrangeiro, vem hoje noticiado um verdadeiro milagre. TODOS os seis maiores bancos americanos fecharam 2011 com lucros. Foi até o melhor ano desde 2006. No total, foram apresentados 56.140M€ em lucros. Está claro de ver que os 'bailouts' funcionaram bem... para os banqueiros e especuladores de Wall Street. Porque o povo cada vez menos condições tem para viver.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Mundo é um Monopoly


Monopólio (singular masculino)

    1. Privilégio que dá o exclusivo de uma indústria ou do comércio de um artigo.
    2. Açambarcamento.


    Economia (singular feminino)

    1. Regra e moderação nos gastos.
    2. Habilidade em administrar os bens ou rendimentos.
    3. Conjunto de leis que presidem à produção e distribuição das riquezas.
    4. Proveito que resulta de gastar pouco.
    5. Harmonia entre as diferentes partes de um corpo organizado e seu funcionamento geral.
    6. Leis que regulam esse funcionamento.

    Comecei por colocar aqui as definições de monopólio e economia (segundo o dicionário online da Priberam) de modo a que se perceba, que os conceitos a seguir tratados, são demasiado simples para se aceitarem as complicações apresentadas como desculpa por lideres, economistas e reguladores, para o actual estado de coisas no nosso planeta.
    É deveras frustante, que se continue a seguir um caminho obviamente errado, com proveito apenas para uma infima parte dos interessados. Não tenho dúvidas que os que hoje ganham com este modelo, são exactamente os mesmos que ganhavam há 10, 20, 30 anos, com algumas excepções. Os poderosos "reinam" a seu bel-prazer e influenciam TODAS as decisões que os "governantes eleitos" tomam. O caso do mercado bolsista norte-americano que levou à crise de 2008 é disso um excelente exemplo.
    No documentário The Inside Job, apresenta-se uma visão muito aproximada da minha, para o que foi (e continua a ser) o modo de operar de quem tem poder.



    Aquilo que devia ser, na grande maior parte dos casos, uma gestão de bens e recursos de modo a facilitar a vida ao maior número possível de pessoas, tornou-se em poucas décadas, numa máquina de fazer enriquecer ainda mais quem já é rico, e empobrecer ainda mais quem já é pobre.
    Tal como indicado nos pontos 1, 4 e 5 da definição de economia apresentada em cima, o conceito de economia por si só indica no geral uma predisposição para se viver de uma forma equilibrada, guardando recursos em época de prosperidade, de modo a serem usados em época de recessão. E no fundamental, de modo a não esbanjar ou estragar esses mesmos recursos.
    O que acontece na realidade, é exactamente o oposto. Os recursos são tratados, por "quem manda", como inesgotáveis e imediatamente acessíveis quando necessários. O esbanjamento de recursos tornou-se n' "O modo de vida". Os productos que adquirimos actualmente, são desenhados para terem a minima durabilidade aceitável, de modo a que os Consumidores, continuem a alimentar a grande máquina que gera enormes desigualdades entre cidadãos, sem protestar contra o óbvio "roubo" de que estão a ser alvo.

    E aqui entra a parte do monopólio.
    Não só os poderosos influenciam as decisões tomadas, como mantém um controlo eficaz sobre os recursos e a sua distribuição. Cada vez menos temos opções de escolha naquilo que realmente interessa. E as escolhas que podemos fazer, são geralmente entre o mau e o péssimo. São enúmeros os projectos, aplicações e invenções que não chegam a ver a luz do dia, pois implicariam a perda de controlo e poder de quem manda. Embora beneficiando o todo em geral, iriam prejudicar fortemente os membros do topo em particular.
    Como dizia o já falecido George Carlin:
    "Enquanto o número de petrolíferas a quem podemos comprar petróleo diminui, aumentam as nossas escolhas na variedade de donuts recheados que podemos comer."
    O que realmente lhes interessa é acumular a máxima riqueza possível, contribuindo (tal como no famoso jogo) para a bancarrota de todos os outros. Estudos recentes apontam que o total de riqueza mundial actual está assim distribuído:

    • 40% da riqueza total, está concentrada em 1% da população mundial.
    • 1% da riqueza total está concentrada em 80% da população mundial.
    Há trinta anos era assim (estimativas):
    • 20% da riqueza total, estava concentrada em 1% da população mundial.
    • 1% da riqueza total estava concentrada em 60% da população mundial.

    Podem ler (em inglês) uma investigação interessante deste fenómeno nos Estados Unidos da América aqui. Está bastante bem construído e documentado. Apresenta apenas os números relativos aos E.U.A. mas o paralelo global pode muito bem ser extraído daqui, visto que a economia mundial gere-se nos dias de hoje pelas mesmas "regras".

    Podem ainda ver no Youtube o documentário ZEITGEIST: MOVING FORWARD, que explora entre outras coisas, o actual sistema económico-financeiro mundial e como a premissa do monopólio se aplica tão bem. (é a partir dos 40 minutos sensivelmente)


    Esta versão é a original, mas acho que já existem versões legendadas.

    Resumindo, como espécie, sempre fomos orientados, pela lei natural de "os mais fortes sobrevivem sobre os mais fracos", mas nos últimos anos, é causada uma enorme quantidade de desigualdade sem razão. A ganância sobrepôs-se a todas as outras variáveis e segue em ritmo de cruzeiro, aparentemente imperturbável ou sem que nada a trave.

    Tal como o titulo do post indica, o Mundo é mesmo um Monopoly e quando o jogo chegar ao fim (já não deve faltar muito), os vencedores não terão a companhia de alguns biliões de "perdedores".

    E as peças não regressam à caixa para novo jogo daqui a uns tempos...


    PS: A citação de George Carlin não é ipsis verbis. Podem encontrar o original aqui

    sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

    Um teste a capacidade de escrita sem um teclado portugues por perto...

    Escrever em portugues com um teclado estrangeiro nao e facil. 
    Faltam os acentos e caracteres especiais. 
    Parece que escrevemos uma sms e pessoalmente nao gosto muito de escrever sms...